quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Sol trazendo Alegria

Frequentemente, eu vejo discussões idiotas super acirradas, discursos de ódio e segregação, fanáticos cegos com discursos sem fundamento, pessoas ignorantes se orgulhando da mediocridade, desrespeito, violência...

Aí eu lembro que um dia o sol vai se expandir em uma gigante vermelha e incinerar a Terra. E não vai sobrar mais nada... Não vai sobrar esquerda e direita, nem religioso e ateu, nem baratas e mosquitos... Nadica de nada.


E mesmo sabendo que faltam bilhões de anos pra isso, eu abro um sorriso satisfeito e meu coração se enche de alegria.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Geórgia, um País que eu nunca tinha ouvido falar

Eu estava rolando minha timeline no facebook quando me deparei com este vídeo:



O nome da banda é Trio Mandili. Fui pesquisar de onde era essa língua maluca e descobri que elas são da Georgia... Aí pensei "Ué, mas Georgia não é um estado dos EUA?"

E então eu descobri q existe um país chamado Georgia, onde se fala um idioma lokasso chamado georgiano: საქართველო (Geórgia em georgiano)

E o país fica entre Azerbaijão, Turquia, Armênia e Rússia.... É daqueles países que vc olha a arquitetura da cidade e não sabe se está na França ou na Índia. Que durante a história, ficou no meio das rotas de comércio entre a Europa e a Ásia. Tendo influências medievais cristã e migrações de povos ciganos e pagãos.


O país é uma república unitária, semipresidencial, com o governo eleito através de uma democracia representativa. A Geórgia é atualmente um membro do Conselho da Europa, da Organização de Cooperação Econômica do Mar Negro, da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), e do Eurocontrol. E também aspira aderir à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e à União Europeia.



Entre os séculos V a.C. e VII d.C., reinos independentes se estabeleceram no que hoje é a Geórgia. Os reinos da Cólquida e Ibéria, cujas orientações religiosas vinham do Paganismo, adotaram o cristianismo no início do século IV.

No início do século XIX, a Geórgia foi anexada pelo Império Russo. Em 1917, logo depois da Revolução Russa, teve um período de independência que acabou logo, em 1921, quando foi ocupada pela União Soviética.

Em 1991, finalmente conseguiu independência novamente, mas sofrendo com uma crise econômica e social pós-comunista. Isso durou até a Revolução Rosa de 2003, depois que o novo governo introduziu reformas democráticas e econômicas.

Durante séculos, a economia georgiana se baseou no comércio, devido a sua abertura para o Mar Negro e sua participação na Rota da Seda. Mais recentemente, durante a maior parte do século XX, a economia seguiu os padrões soviéticos. Em 1995, recebeu ajuda financeira do Banco Mundial, do FMI e da Alemanha. E atualmente, depois de atritos econômicos com a Rússia, a economia se baseia principalmente na agricultura, turismo e exportação de vinho.

Foto incrível no Google Maps, tirada por Levon Hakopian



Este local se chama Naohrebi. É o nome georgiano da Vila (que em armênio se chamava Mohreb). Antes da sovietização, o nome desta região era Gugark. E os moradores dessa vila eram fugitivos do genocídio movido pelo império turco-otomano.

Fonte:
Wikipedia
Levon Hakopian (que eu encontrei no facebook foi muito gente boa em me explicar de onde é a foto que ele tirou)

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Sessão Contos - Histórias de Dona Zifa

Vou tentar contar de maneira fiel, mas resumindo e juntando algumas coisas, as histórias da dona Zifa, ex-esposa do Tio Dito. 

"Eu nasci numa cidade chamada Cabo Verde, em Minas Gerais, em 1937. Meu pai era Cantador de Reis da tribo. Tapuia. E minha mãe era branquinha, linda, sabe? Uma vez um macaquinho tava comendo banana quando a gente passou e quando ele viu minha mãe começou a mostrar o pintinho, sabe? Meu pai queria matar ele! Mas não conseguia acertar uma flecha nele.


A gente ficava o dia todo no Rio pegando peixe com a lança. Acendia uma fogueira assim do lado do rio, e ficava ali. Pescando e já comendo.


Quem tinha boa mira era meu irmão. Ele via o tiú, assim de longe, e vum! Acertava de primeira. E o bichinho ficava assim tentando se soltar, sabe? Minha mãe fazia umas paneladas, nossa, muito boas.

Teve uma vez também que a gente encontrou duas emas, sabe? Uma escapou, que correu e pulou o córguinho, mas a outra... Tinha uns paraguaios lá que usavam carabina pra caçar e eles conseguiram pegar. Um deles pegou uma pena do rabo que ele queria e deixou a carne pra gente... A perna dela era assim que o joelho era do tamanho do joelho de um boi. E depois minha mãe fez uma panelada também, que deu quatro baldão de carne.

Meu irmão, quando tinha 17 anos, saía ele mais três amigos e falava pra minha mãe "Olha, mãe, nem pensa em mim, que eu não sei quando volto e nem se eu volto". Aí ele saía com três amigos, encontrava boiadeiro assim na estrada, levando a boiada, né? Matava o peão com arco, pegava o berrante e ia levar a boiada pra outro canto pra vender. Aí começaram a perceber que tava sumindo peão e boiada. E começaram a procurar meu irmão.


Um dia ele tava na estrada assim e deu de cara com um monte de camburão e um padre em cima de um jipe. Meu irmão falou que o gado era dele e ele tava indo vender no Paraguai. Mas eles já sabiam, e começaram a atirar.

Meu irmão voou que era igual o vento. Ia pra lá e pra cá e ninguém acertava ele. E diz que quando acertava, saía fogo assim da pele e não machucava ele. É que quando ele nasceu, meu tio fechou o corpo dele, sabe?

Aí o padre falou "Me dá 14 balas", ele benzeu elas e quando conseguiram cercar meu irmão, aí mataram ele. Com as balas do padre.

Quando eu tinha 12 anos, a gente saiu. Eu e minha família. A gente saiu lá de Cabo Verde e foi até o Rio de Janeiro. Foi três meses caminhando no mato. Era subida e descida. Aí à noite parava pra acender uma fogueira e comer.

Chegando no Rio, a gente foi no Palácio do Catete. Ninguém entrava lá, mas nós entramos. Pela porta da frente. Meu pai foi lá falar com o Getúlio Vargas, e ele falou assim "Vou dar um terreno pra vocês, bem grande. Pra vocês poderem trabalhar.


Aí nós voltamos. Lá pro Mato Grosso. E ganhamos o terreno mesmo. Era enorme. A gente plantava lá cenoura, batata, couve, mandioca, tinha porco, tinha galinha.

Depois eu vim pra São Paulo. Eu vim andando lá da cidade até a Estação da Luz. E aí conheci o Dito. No começo eu não queria saber dele. Me escondia embaixo da cama quando ele aparecia em casa."

Eu sei que tem muitas informações desencontradas, que parecem não fazer muito sentido. Mas estas histórias tem por volta de 80 anos, então não estão muito fresquinhas mesmo.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Qual a diferença?

A gente tem mania de achar q na idade média o povo era burro de acreditar em qualquer coisa que se falava. Ou que na inquisição e na caça às bruxas de Salem o povo era burro de acreditar em qualquer um e já sair matando sem nenhuma prova, desde linchamentos a execuções nas fogueiras.

No início da internet, nossos pais falavam pra gente não acreditar em tudo que visse nos sites por aí, pois qualquer um pode escrever qualquer coisa. Mas hoje em dia, que mais gente tem acesso a Photoshop e internet, e é mais fácil ainda espalhar qualquer besteira, parece que as pessoas esqueceram e compartilham qualquer porcaria sem ler e pesquisar nada. Como esta aqui, criada colaborativamente em um grupo de facebook:


As imagens são de encontros políticos internacionais, uma exposição de arte e uma carne enlatada qualquer. Mas para algumas pessoas, basta uma imagem e uma manchete para sair espalhando mentiras.

Em alguns sites, é discutido se o Trump não ganhou as eleições apenas por conta das notícias falsas que eram espalhadas no facebook (notícia em português aqui e original em inglês aqui).

Esta onda de acreditar mais em crenças pessoais e historinhas do que em fatos verídicos e confirmados é chamada de Pós-verdade. Este termo foi considerado a palavra do ano do dicionário Oxford. Seguem alguns links para entender melhor o que é isso: G1, Nexo, Anticast,

E aí eu pergunto... Qual a diferença do que acontecia nos séculos passados para o que acontece hoje? Notícias falsas, boatos, acusações sem provas, discursos de ódio e perseguições na rua. Levando a linchamentos, mortes e chacinas baseadas somente em comentários de Facebook?