Nós fomos convidados a ir pela Ana Leticia, uma amiga nossa que a Marina conheceu no intercâmbio para a Austrália, e que agora casou com um norueguês, o Simen. Nós ficamos em três cidades: Nesbyen, Tønsberg e Oslo.
A Marina fez um blog da viagem, com um post pra cada dia:
http://nasmontanhasgeladasdonorte.blogspot.com.br/
Nós chegamos de trem em Nesbyen, onde o Simen e o Johan já estavam nos esperando na estação. Que não tinha nada. Eu e a Marina não descemos. Simplesmente pulamos do trem pra neve.
Nesbyen foi onde o Simen e seus três irmãos nasceram e cresceram. Lá moram os dois irmãos mais novos e os pais. Em Nesbyen há uma estação de esqui na qual os quatro irmãos e a Ana Leticia trabalham ou já trabalharam.
Quando nós chegamos já estava de noite, então não tínhamos muito para fazer, além de jantar. E nossa janta foi hamburger de alce!! E depois eu ainda descobri que essa carne vinha de uns conhecidos deles que caçam alces pra vender na região!!! Notr00ega!
No dia seguinte fomos esquiar! Como o Simen e o Johan frequentaram a estação de esqui a vida toda, eles foram nossos professores. E até que a gente pegou o jeito fácil. Primeiro fomos no morrinho das quiança pra aprender o básico e depois na dos pro (mas só da metade pra baixo) pra mostrar o resultado.
À noite, o Simen foi pegar o trem para Bergen, onde pegaria o navio pra ir trabalhar como marinheiro pelos próximos meses. Sim, o Simen é um seaman. Huehuhehe... E nós fomos para Tønsberg, a cidade mais antiga da Noruega. Eu, a Marina, a Ana Leticia e Johan, que estava dirigindo.
Lá em Tønsberg, nós passamos num mercado pra comprar a janta da primeira, que foi comida mexicana. Enchemos o bucho e fomos dormir.
No dia seguinte fomos andar pela cidade. Conhecemos umas lojinhas de antiguidade, tomamos café num lugar supimpa, vimos o porto onde os caras constroem barcos vikings usando as mesmas técnicas de 1000 anos atrás e fomos em uma torre que fica no meio de uma antiga fortaleza, mas que hoje é só ruínas.
Quando chegamos em casa nós construímos um boneco de neve!!
Nós o batizamos de Stu.
No dia seguinte fomos no Verdens Ende, o World's End, uma praia em que fica um farol da época dos vikings. Um dos últimos restantes em toda a Noruega. E lá eu tirei a segunda foto marr legal da viagem.
Nesse mesmo dia, depois que anoiteceu (às 16h30), jantamos lasanha e assistimos Frozen. A Ana Leticia nunca tinha assistido e eu e a Marina estávamos com a música "Você quer brincar na neve" na cabeça.
Após três noites em Tønsberg eu e a Marina pegamos o trem para Oslo. Assim que chegamos, pegamos o metrô para a estação Tøyen (apelidada por mim de tonhonhóin), a do hostel. Deixamos as malas no quarto e fomos dar rolê. Em temperaturas próximas a 0º.
Primeiro fomos ao Opera House, que estava fechado. Depois fomos andar pra procurar lojinhas de souvenir e trazer dezenas de chaveiros, ímãs de geladeira e canecas. Só que não. Porque deve ser a ÚNICA capital dazoropa que não tem lojinha de souvenir a cada esquina! A única que a gente achou só tinha coisas zoadas e nos mostrou porque dizem que a Noruega é cara!
Depois de um tempo andando pelas ruas, chegamos à Catedral de Oslo, que era bem bonita, mas como é protestante, tinha poucos enfeites. Saindo da catedral, já estávamos ficando com fome e fomos comer no Hard Rock Café. Eu queria comprar uma camiseta mó daora com drakkares, machados, vikings etc. Mas era caro demais.
Quando saímos do Rarde Roque Café, fomos ao Ice Bar, um bar feito inteiramente de gelo - incluindo bancos, mesas, balcão, estátuas, copos etc - e mantido a uns -10º pro gelo não derreter. Tomamos o drink que estava incluído no preço da entrada e ficamos tirando fotos, nos sentindo no próprio castelo da Elsa-LERIGÔ LERIGÔÔÔ!!!
O último dia foi melhor planejado. Iríamos a três museus. Vimos qual era o caminho de metrô e trem e saímos. O primeiro foi o Vikingskipshuset, o museu do barco viking. Meio pequeno, mas com explicações esclarecedoras sobre as navegações que eles faziam entre os séculos 8 e 11. Lá nós passamos na lojinha de conveniência do museu. Tudo caro. Mas no final a gente trouxe 3 ímãs, 2 chaveiros e uma caneca. =/
O segundo foi o museu do folclore norueguês, o Norsk Folkemuseum, que abrangia uma época bem mais recente do que os vikings, lá pros séculos 17 e 19. Este museu na verdade era um vilarejo com várias construções de madeira da época, como casas, celeiros, casas de campo, cozinhas, moinhos e uma igreja protestante. No fim eu não entendi se eram réplicas feitas recentemente, ou se são casas que realmente tem mais de 200 anos.
Lá nós tiramos a foto mais legal da viagem:
Por fim fomos ao Parque das Esculturas, o Vigelandsanlegget, que era um grande parque, como o Ibirapuera, mas com dezenas - quiçá centenas - de estátuas de bronze e concreto. Nas outras estações do ano, esse parque deve ser mais convidativo. Porque tinha muito gelo pelo chão pra galera escorregar, o chão estava inteiro branco de neve e o lago estava completamente congelado.
Saindo de lá, passamos num mercadinho, onde compramos macarrão, salsicha, molho de tomate, achocolatado, suco de laranja e donuts para um jantar caiçara e o café da manhã do dia seguinte, quando iríamos embora.
O meu parecer geral foi: Caceta... Eu esperava ver muito mais coisas vikings pela rua. Quiçá pessoas andando com seus machados pra lá e pra cá. Mas depois pensei que isso seria como algum turista chegar em São Paulo ou Rio de Janeiro querendo encontrar indígenas pra todo lado.
Nós acordamos às 7h00 da manhã e lá fora ainda estava breu. Saímos umas 8h00 e chegamos no aeroporto umas 9h30, meia hora depois do planejado. Mas tudo bem... Porque o vôo era só NO DIA SEGUINTE!! E só percebemos isso no balcão do check-in que nós havíamos comprado a passagem pro dia errado!
A nossa passagem era de stand-by, o que significa que a gente só pode entrar no avião se sobrar lugar (e isso só é descoberto lá no portão de embarque, na porta do avião). Mas como ela estava comprada para o dia seguinte, o cara não podia nem fazer check-in pra gente ir lá tentar a sorte. Então ligamos pra nossa madre, que é manjona das manjarias. Ela mexeu uns pauzinhos e voilà! Conseguimos fazer check-in e no fim conseguimos pegar o avião.
Chegamos em Paris em menos de duas horas. E lá ficamos mais de 8 horas, esperando até quase meia noite, pelo último minuto de embarque para saber se conseguiríamos voltar para casa naquele vôo. Pelo menos eu consegui assistir Batman (o de 1989 do Tim Burton).
No final, um funcionário veio nos informar:
- Eu tenho uma boa e uma má notícia: A boa é que os dois vão poder ir. A ruim é que um vai na executiva e outro na econômica.
Então decidimos que na primeira metade do vôo (de 12 horas) eu iria na econômica e depois a gente trocava. Mas quando eu sentei no meu lugar, um tripulante me chamou de canto e disse:
- Olha, o dono desse assento acabou de chegar de Roma e chegou a tempo para este vôo. Mas eu já falei com o comandante e ele disse que você pode viajar em um jump seat.
Jump seats são os assentos da tripulação. Umas cadeirinhas sem inclinação e sem mesinha. Mas acabou que eu fiquei em um canto sozinho com uma cortininha e sem vizinhos pra encher o saco. E ainda tinha um outro jump seat bem na frente, que eu abri e pude esticar as pernas. A única coisa é que eu tinha que acordar a cada meia hora pra mudar de posição e trocar o lado do corpo que ia ficar dormente. No finalzinho eu troquei com a Marina e consegui assistir um filme na TVzinha individual da executiva.
Chegando em São Paulo, minha mãe estava nos esperando na saída. Eu queria que a Agnes estivesse lá também, mas ela já tinha avisado que não ia conseguir ir junto.
Quando chegamos no carro para colocar as malas, não tinha espaço no porta-malas, porque A AGNES ESTAVA LÁ DENTRO ME ESPERANDO!!! Nhaaaa!! Coraçãozinho!! S2s2!!