quinta-feira, 14 de junho de 2018

Direita ou Esquerda

A pessoa é trabalhadora, honra seu esforço e quer ter seus direitos garantidos e seu trabalho respeitado, ganhando de acordo com o quanto produz. Quer subir na vida, mas sabe que desigualdade social é um grande problema.

Aí essa mesma pessoa fala que é de direita, e diz que o capitalismo, que a explora e causa morte e desigualdade social no mundo todo é top! E morre de medo das palavras Comunismo e Marxismo.

Se a classe trabalhadora tudo produz, a ela tudo pertence. Inclusive o iphone e a TV led de 100 polegadas.

"Então pq nós, da classe trabalhadora, não tamo produzindo uns celular top e TV 100 polegadas?"

Nós produzimos outras coisas, chama divisão de trabalho isso

"Tá, então pq não rola um escambo entre quem produz TV e quem produz outras coisas?"

Pq existe dinheiro pra medir esses valores

"Então, pelo que entendi, a classe trabalhadora produz. E aí ela troca o que é dela por direito, segundo sua colocação, por dinheiro, certo?"

Certo. Mas a discussão não é sobre a produção literal. Você está reduzindo a explicação a uma situação ridícula do tipo: Numa fábrica de TVs todo os trabalhadores recebem seus salários em aparelhos de TVs, e então vão até a fábrica de pão, onde trocam com os fabricantes de pão que recebem seus salários em pão.

Obviamente não é isso. O trabalhador recebe em dinheiro.


A grande discussão é: Os trabalhadores geram um valor à empresa e aos produtos fabricados ou serviços oferecidos. Mas quem lucra é somente o grande empresário, grande banqueiro, etc...

Eu não tiro o valor de um chefe, um empresário, etc. Ele tem um papel importante de gestão, e responsabilidade sobre o seu comércio.

O que é absurdo, é a diferença do quanto o trabalhador cria de valor para o quanto ele recebe.

Voltando ao exemplo de fábrica de TV. Se 100 operários criam 1000 TVs em 1 mês, cada um deveria receber o suficiente para comprar o equivalente a 10 TVs em 1 mês. Ou não necessariamente, pois o dono da empresa tem sua função de gestão e administração, então deveria haver uma distribuição, inclusive com impostos destinados aos serviços públicos, que atenderiam - adivinha - a classe trabalhadora.

Em vez disso, o dono da fábrica embolsa o valor de 850 TVs, distribui o valor de 0,5 TV para cada funcionário e paga 100 TVs em impostos que tbm não voltam para a população.

* Todos os valores são meramente ilustrativos

Pra encerrar, uma música que fala sobre os valores do trabalho, sobre a união dos trabalhadores do mundo em uma única nação. Sem patrões, sem Estado opressor, com a terra dividida entre quem produz, sem fome, sem desigualdade.


De pé, ó vitimas da fome!
De pé, famélicos da terra!
Da idéia a chama já consome
A crosta bruta que a soterra.
Cortai o mal bem pelo fundo!
De pé, de pé, não mais senhores!
Se nada somos neste mundo,
Sejamos tudo, oh produtores!

Bem unido façamos,
Nesta luta final,
Uma terra sem amos
A Internacional

Senhores, patrões, chefes supremos,
Nada esperamos de nenhum!
Sejamos nós que conquistemos
A terra mãe livre e comum!
Para não ter protestos vãos,
Para sair desse antro estreito,
Façamos nós por nossas mãos
Tudo o que a nós diz respeito!

Bem unido façamos,
Nesta luta final,
Uma terra sem amos
A Internacional

Crime de rico a lei cobre,
O Estado esmaga o oprimido.
Não há direitos para o pobre,
Ao rico tudo é permitido.
À opressão não mais sujeitos!
Somos iguais todos os seres.
Não mais deveres sem direitos,
Não mais direitos sem deveres!

Bem unido façamos,
Nesta luta final,
Uma terra sem amos
A Internacional

Abomináveis na grandeza,
Os reis da mina e da fornalha
Edificaram a riqueza
Sobre o suor de quem trabalha!
Todo o produto de quem sua
A corja rica o recolheu.
Querendo que ela o restitua,
O povo só quer o que é seu!

Bem unido façamos,
Nesta luta final,
Uma terra sem amos
A Internacional

Nós fomos de fumo embriagados,
Paz entre nós, guerra aos senhores!
Façamos greve de soldados!
Somos irmãos, trabalhadores!
Se a raça vil, cheia de galas,
Nos quer à força canibais,
Logo verá que as nossas balas
São para os nossos generais!

Bem unido façamos,
Nesta luta final,
Uma terra sem amos
A Internacional

Pois somos do povo os ativos
Trabalhador forte e fecundo.
Pertence a Terra aos produtivos;
Ó parasitas deixai o mundo
Ó parasitas que te nutres
Do nosso sangue a gotejar,
Se nos faltarem os abutres
Não deixa o sol de fulgurar!

Bem unido façamos,
Nesta luta final,
Uma terra sem amos
A Internacional



segunda-feira, 11 de junho de 2018

Sabadão Daora

No último sábado (09/06) minha mãe foi em casa pra gente dar um rolê. Ela, Agnes, e eu.

De manhã fizemos a via sacra dos brechós que tem perto de casa buscando 3 coisas específicas: roupas para festa junina, roupas para picnic vitoriano e roupas góticas. Eu comprei uma saia jeans (pra festa junina) uma saia gótica e um fraque vitoriano pra mim, Agnes comprou dois vestidos, compramos umas bijuterias com cara de antiga, uma algema de couro (rawr), uma bolsinha de vinil, uma roupinha de bebê de zebrinha pra presentear migos, e quase comprei uma cartola, mas era grande demais pra mim, e os espartilhos eram muito pequenos.

Na hora do almoço, meu pai chegou. Enquanto as meninas ficaram na cozinha cuidando do almoço, eu e meu pai arrumamos um vazamento de gasolina no Clio, e colocamos fluido de freio na Scarllett. O almoço foi um risoto funghi maravilhoso que a Agnes fez com bife enrolado e salada de agrião.

À tarde fomos a uma exposição no Centro Cultural Fiesp chamada "100 Anos de Arte Belga", abrangendo de 1890 a 1980. O acervo inclui obras de Emile Claus, James Ensor, René Magritte, Paul Delvaux, Louis Van Lint, Pol Bury e Pierre Alechinsky, para citar apenas alguns.

Algumas fotos que tiramos da exposição:




Émile Claus (1849-1924)
La Lecture
A Leitura
1890, óleo sobre tela


Valerius de Saedeleer (1867-1941)
Vieux vergers en hiver
Velho pomar no inverno
1925, óleo sobre tela


Paul Delvaux (1897-1994)
L'Énigme
O Enigma
1946, óleo sobre painel


Pol Bury (1922-2005)
Miroir (en 13 morceaux)
Espelho (em 13 pedaços)
1984, madeira e aço inox


Chistian Dotremont (1922-1979)
Tiptyque "Écrire les mots comme ils bougent"
Tríptico "Escrever as palavras como elas se movem
1971, nanquim sobre papel japonês


James Ensor (1860-1949)
Le Ballet Fantastique
O Balé Fantástico
1918, óleo sobre tela


Paul Delvaux (1897-1994)
La Conversation
A Conversação
1944, óleo sobre cartão


Na saída da exposição, compramos uma série de 3 livros em quadrinhos chamada Blacksad. Ainda não comecei a ler, mas parece ser muito bom!

E à noite fomos à festa de aniversário do Raoni, no estúdio bar Mestre dos Magos, para onde levamos uma bolsinha térmica com 2 cervejas, e onde conhecemos o dedo de gorila. Foi muito legz!

sexta-feira, 8 de junho de 2018

Projeto Armadura - parte 1

Estou pensando em fazer uma armadura. Não necessariamente 100% funcional num combate corpo a corpo contra espadas e machados. Mas o suficiente para impor respeito, defender um pouco e manter a mobilidade para manejar armas e escudos.

O que estou pensando por enquanto é:

Dorso:
- Ombreiras de metal
- Capa de pele (pode ser sintética ou não
- Faixas de couro ou algum tecido grosso bom cruzando no peito para segurar a capa e ombreiras
- Peitoral de metal

Braços:
- Luvas de couro ou tecido preto ou marrom
- Uma placa de metal no antebraço
- Uma placa nas costas da mão
- Pequenas placas na primeira falange dos dedos, presas com anéis
- 4 parafusos/rebites na parte de dar soco da mão

Pernas:
- Caneleira de couro ou tecido preto ou marrom
- Placa de metal na canela
- Plada de metal no joelho

Cintura:
- Cinto normal de couro preto ou marrom
- Saqueira de metal

Ideias de como realizar:
- Tudo que for metal na verdade é PVC ou garrafa pet
- Pra ombreira não ficar molenga, fazer um molde de madeira que contorna parte do braço e é parafusado ao plástico
- Usar a lateral da garrafa para fechar a frente com duas ou três placas

Referência Capa
Referência Capa
Referência luvas


Referência ombreiras

Referência peitoral
Referência pernas



segunda-feira, 4 de junho de 2018

Fiquei dodóizinho

Sábado, 26/05 - tarde

Comecei a passar mal e ficar com falta de ar... fomos então eu e Agnes a um pronto socorro que tem perto de casa e dava pra ir a pé. Fiz inalação e quando voltamos eu já estava ruim de novo, praticamente igual a hora q saímos.

Domingo

Passei o dia na cama torcendo para melhorar meu quadro e torcendo pra voltar a ter transporte na cidade, pois passávamos pela já famosa Grande Greve Geral dos Caminhoneiros do Brasil. E o carro já estava sem gasolina.


Segunda-feira (28/05) - manhã

Descobri que nenhuma das exigências do sindicato do destino haviam sido cumpridas e eu não teria como ir ao trabalho. O que ia ser uma merda, pois eu tinha uns corre pra fazer. Mas o que dava eu consegui resolver por telefone com o Rafa.


Segunda-feira (28/05) - tarde

Eu comecei a achar que o "resfriado forte" que eu estava tendo não era só isso, então falei com meu pai e ele pediu um Uber pra levar eu e a Agnes ao hospital onde tenho convênio.
Chegando no pronto socorro, fiz raio-X, exame de sangue e tomei 4 remédios (2 por inalação e 2 na veia). Era pra ter resolvido, mas só melhorou uns 5%.
O médico disse pra tomar mais uma dose do remédio de inalação, mas que se não melhorasse, eu precisaria ficar internado.


O raio-X já havia revelado uma inflamação nos brônquios, mas depois fiz uma tomografia pra ter imagens mais detalhadas e foi detectada uma infecção também nessa mesma região dos pulmões. Mas ainda não sabiam se era viral (gripe H1N1) ou bacteriana (pneumonia). Ou as duas coisas juntas.

A Linão foi dormir na nossa casa pra poder cuidar dos bichos. Só conseguimos subir pro quarto umas 22h30

Previsão de alta: Terça-feira


Terça-feira (29/05)

Ainda com suspeita de H1N1, foi colocado um aviso na porta do nosso quarto falando pra ninguém entrar sem máscara.


De manhã minha mãe nos visitou e nos agraciou levando pão e manteiga, umas roupas limpas e escova de dente. Perto da hora do almoço, a Agnes deu uma saidinha pra comprar uma marmita pra ela, e precisou ir com máscara, o que, somado à sobrancelha e cabelo raspados, deu uma aparência de alguém muito doente.

À tarde a nutricionista passou e perguntou o que eu estava achando das refeições. Se eu tinha alguma restrição. Eu falei que não tem restrição nenhuma, mas que poderia mandar mais comida. Huehuehuhue.


O resto do dia foi preenchido com Facebook e Twitter no celular, e desenhos animados e filmes na TV do quarto, eventualmente interrompidos para sessões de inalação, soro e mais exame de sangue. Mas pelo menos consegui umas folhas e uma caneta pra ficar desenhando, e fizemos desafios de desenho um para o outro: desenhar com a mão esquerda, com os pés, sem olhar, etc... ficamos acordados vendo filme (Hora do Rush 2, Anabelle e Eu Sou a Lenda) até umas 4h da manhã.

Previsão de alta: Quarta-feira


Quarta-feira (30/05)

De manhã soubemos que o teste pra H1N1 deu negativo, o que deu um certo alívio. Minha mãe fez outra visita de manhã, em que contou dos passeios turísticos que ela tem feito pela cidade de São Paulo.

A Dona Roots foi dormir na nossa casa para poder cuidar dos bichos e disse que a Dogga estava inquieta e ansiosa. À noite estávamos vendo um programa de TV chamado "Fugidos do Caos" que acompanhava a vida de pessoas que abandonaram a vida na cidade para viver em isolamento ou comunidades alternativas, construindo as próprias casas e colhendo os próprios recursos para sobrevivência. Ficamos inspirado e começamos a pensar em como seria nossa casa dos sonhos ideal. Sem restrições de orçamento e localização. Mas tentando manter um nível de realidade. E lembrando que precisa ser perto de hospitais e farmácias (afinal eu estou escrevendo sobre o que né).


Conforme a ideia ia crescendo, fomos percebendo que para ter umas galinhas, uns patos, uma vaquinha, uma hortinha, uns pés de cana, uns pés de milho, etc, precisaríamos de uma fazenda, e não só de uma casa! Huahuahua! Mas de qualquer maneira, a ideia desde o começo é comprar um terreno, e ir construindo a casa aos poucos. Assistimos "A Hora do Rush 2" e "Anabelle" e só conseguimos dormir umas 4h da manhã.


Quinta-feira (31/05)

De manhã meu pai foi nos visitar depois da hemo. Mas todos nós ficamos de máscara o tempo todo pra ter o menor risco de contaminação possível, mesmo tendo dado negativo no teste de H1N1, pois poderia ser um falso negativo.


À noite, a Agnes conseguiu dormir cedo, logo depois de assistirmos Hora do Rush 3. E eu fiquei me revirando na cama, zapeando os canais da TV e tretando política no Facebook e Twitter, pesquisando técnicas e referências de casas de cob. Quando percebi, já era sexta de manhã e a enfermeira já estava trazendo os remédios das 6h da manhã.

Previsão de alta: sexta-feira.


Sexta-feira (01/06)

Depois de quatro dias confinado, medindo a saturação de oxigenação do pulmão, frequência cardíaca, pressão e temperatura, finalmente estava bom o suficiente para receber alta! Mas ainda assim, com 7 (sete!!) remédios para continuar tomando em casa por uma semana


Mas todo esse confinamento e isolamento foi totalmente suportável graças ao amorzinho da minha vida Tchuca linda maravilouser Agninha!!! ♥