quarta-feira, 12 de junho de 2013
Eu não devo nada a ninguém
"Esquerdistas, vou começar dizendo,
com todas as letras: eu não devo nada a ninguém.
Venho de uma família composta de, como diz o mestre de vocês (Leonardo Sakamoto), "self-made men que visualizam as instituições de ensino como algo cada vez mais acessório". Assim como todos os oprimidos, que vocês defendem tanto, têm o direito de enxergar o mundo segundo a situação deles, eu tenho direito de enxergá-lo segundo a minha situação: uma ótima situação que exigiu trabalho duro e superação (não da MINHA parte, mas da de meus avós) pra ser conquistada! E não me venham com essa história de "você é branco e homem, aproveite a sociedade como ela está", porque minhas raízes vêm de bem mais longe.
Minha avó é provavelmente a pessoa que eu conheço que mais trabalhou na vida, que mais sofreu de todo tipo de apuro (até mesmo fugir de cangaceiro… até mesmo ser discriminada pela própria mãe… até mesmo chegar ao ponto de cortar o fungo do pão vencido para ter o que jantar e o que dar de jantar). Uma coisa que é gravada a ferro e fogo no cérebro dela até hoje é a vergonha de pedir uma esmola. Ela tem mal de Alzheimer, mas até hoje sente vergonha alheia de quem aceita esmola. Orgulho-me de dizer que ela, com 9 filhos e morando em condições extremas durante muito tempo da vida NUNCA PEDIU/ACEITOU UMA ESMOLA PORQUE TEM VERGONHA NA CARA!! Vão me dizer que isso não "enfraquece o coronelismo" também…
Podem falar que minha visão é one-sided se quiserem. Eu não tenho o dever de "ser tão esclarecido quanto vocês". Aliás, "não ser esclarecido" só vai me colocar no grupo de pessoas que vocês tanto defendem ao passo que procuram alguém com a mesma opinião que vocês, mas com mais moral, pra ter alguém a quem seguir.
Vocês precisam do titio. Achem-no logo e venham me "salvar" então…
Boa sorte, e de nada por exercer minha própria opinião.
Prazer, NÃO titio…"
- Gusta
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