Nesse post, resolvi sair um pouco da Mitologia Grega e me aprofundar mais em outras culturas. Pra quem não viu, aqui estão a
parte 1 e a
parte 2.
Ajatar
No folclore finlandês, o Ajatar (também escrito Aiatar, Ajattaro ou Ajattara) é um espírito conhecido como o "Diabo da Floresta". Esse espírito diabólico feminino se manifesta na forma de uma serpente ou de um dragão. Se diz que o Ajatar é a mãe do diabo. Ela propaga as doenças e a peste para qualquer um que lhe pareça fraco. Ela é capaz de amamentar as serpentes. Ajatar está relacionada ao Aitvaras lituano e ao Äi, Äijo ou Äijattar estoniano. Ela é semelhante à Tiamat babilônica, a dragão-mãe dos deuses e deusas
A palavra "ajatar" é, talvez, derivado do verbo finlandês ajaa, "perseguir".
Kikimora
Kikimoras são espíritos domésticos femininos da mitologia eslava. São criadas a partir de crianças mortas sem batismo ou abortadas, vivendo habitualmente no porão, despensa ou atrás do fogão, de onde vigiam as tarefas domésticas. Também podem ser encontradas em pântanos ou bosques. E podem ser boas ou más.
Sua aparência pode ser descrita de três maneiras: Como uma bruxa com a cabeça tão pequena quanto um dedal e um corpo tão fino quanto palha; Como uma mulher comum com o cabelo escorrido e coberto com um pano; Como uma bruxa corcunda, pequena e usando roupas velhas e sujas.
Sua presença se dá a partir de pesadelos, principalmente à noite e no frio. As Kikimoras foram a primeira explicação tradicional no folclore russo para a paralisia do sono. E elas podem entrar nas casas voando por frestas de construções e reparos mal-acabados.
Às vezes, as Kikimoras derrubam pratos no chão, fazem cócegas nas pessoas e atrapalham na agricultura. E quando a morte de alguém se aproxima, elas se manifestam para os moradores da casa, que podem ver fios sendo costurados sozinhos ou ouvir seu choro.
Quando a casa é bem conservada, esses espíritos são amigáveis ajudando a família com tarefas domésticas, fazendo pão, cuidando das crianças e animais, lavando pratos, alimentando as galinhas e cantando ou assobiando para as crianças dormirem ou pararem de chorar durante a noite.
Para apaziguar uma Kikimora é necessário lavar todos os potes e panelas com chá de samambaia.
Parte de seu nome, "mora", faz referência a "pesadelo" em croata. Acredita-se que o nome é derivado da palavra "kikka-murt", que significa "espantalho".
Forneus
É um demônio da mitologia judaico-cristã. Seu nome vem do latim e significa "forno". De acordo com a demonologia, Forneus é o sexto, entre os 15 marqueses do inferno e possui 29 legiões de demônios sob seu comando.
É conhecido pela forma de uma gigantesca besta marinha, mas também pode assumir uma forma humana.
De acordo com a Goetia (prática de invocação de anjos e demônios da mitologia judaico-cristã), Forneus é mestre de linguagem e retórica e quem o invoca se torna amado pelos amigos e pelos inimigos.
A besta de Gévaudan: Le Loup de Chazes
*tradução do texto do primeiro cartaz: Desenho do monstro que assola Gevaudan. Esta besta é do tamanho de um touro jovem, ela ataca de preferência mulheres e crianças, ela bebe seu sangue corta sua cabeça e a leva embora. É prometido 2700 escudos a quem matar este animal.
A besta de Gévaudan é um animal curioso para os criptozoologistas (estudiosos de animais lendários, mitológicos e/ou hipotéticos). Foram relatados ataques desta criatura na região francesa de Gévaudran durante o século XVIII, contando mais de 200 vítimas.
Nas descrições possuía a pele avermelhada e um horrível cheiro que exalava por todo seu corpo. Seu principal ataque era no pescoço da vítima, rasgando a garganta e estripando a vítima a dentadas.
Inicialmente desconfiaram que os ataques eram causados por lobos, pois Gévaudan é uma região repleta deles. Mas as marcas de mordidas não batiam com nenhum animal conhecido.
Em 21 de setembro de 1765 Antoine de Beauterne abateu um animal que identificou como a besta e o nomeou de Le Loup de Chazes. O animal possuía 64 kg, 87 cm de altura e 183 cm de comprimento, ou seja, o maior "lobo" que já haviam visto. No entanto, posteriormente, outras duas crianças morreram da mesma maneira que as vítimas anteriores, mas dessa vez a criatura responsável foi rapidamente abatida por um caçador local chamado Jean Chastel e assim os ataques cessaram de vez.
A segunda besta de 58 kg fora morta com uma bala de prata benzida por um padre e assim deu origem a esta técnica que mais adiante se popularizou na caçada de lobisomens. Diversos restos humanos foram encontradas no estômago da besta.
Alguns criptozoologistas descrevem a besta de Géveudan como um enorme lobo com cascos ao invés de patas, podendo ser uma reminiscência do mesoniquídeo (ordem de mamíferos terrestres carnívoros parentes das baleias e golfinhos, extintos há cerca de 50 milhões de anos).
Bauk
Bauk é um monstro de origem sérvia. Ele vive em buracos escuros ou casas abandonadas, sempre à espreita de vítimas para devorar. Possui olhos sensíveis e medo da luz, sendo um jeito bem fácil de mantê-lo afastado de crianças. O Bauk anda pesada e desajeitadamente, fazendo um barulho similar a "bau".
Suspeita-se que a origem de sua lenda trata-se de um urso extinto regionalmente na Sérvia.
Bal-Bal
O Bal-Bal é um monstro filipino que se alimenta de cadáveres. É comum que ele invada catacumbas, cemitérios ou até mesmo roube os corpos nos enterros, substituindo-os por uma réplica de madeira, para que não percebam o desaparecimento.
Possui o olfato incrível, percebendo cheiro de morte à distância. E possui um hálito fétido. Tem aparência de pássaro, com um canto que pode ser facilmente ouvido na noite.
A tribo filipina Tigbabau acredita que o Bal-Bal pode assumir a forma humana, com uma longa língua de réptil e enormes garras. Eles costumam pousar nas casas de famílias com perdas recentes, assim utilizam as unhas para destruir o teto e a imensa língua para lamber ou roubar o familiar morto.
Alguns dizem que o Bal-Bal possui a capacidade de hipnotizar e utiliza esse dom para hipnotizar os parentes e desfrutar do corpo durante o sepultamento sem ser interrompido. Antigamente os filipinos costumavam cantar e gritar para afastar o monstro durante os funerais e evitar que seus parentes fossem roubados.
Striga
Striga é uma bruxa ou demônio do folclore albanês que se alimenta da alma das pessoas enquanto elas dormem. Isso as torna fracas e suscetíveis a doenças. Na idade média acreditava-se que a Striga chegou a dizimar uma vila inteira deste modo. Sua aparência é descrita como um pálido espírito de longos cabelos negros e olhos avermelhados.
Em alguns mitos ela também suga o sangue das vítimas, especialmente crianças. Após drená-los ela transforma-se em um inseto e voa para longe da casa. Apenas a própria Striga é capaz de salvar suas vítimas da morte, geralmente cuspindo em suas bocas.
Alguns relatos dizem ser eficaz para se proteger desta bruxa colocar uma cruz feita de ossos de porco na porta ou então fazer um amuleto ao banhar uma moeda no sangue recogitado por ela.
Jenny Greenteeth
Jenny Greenteeth é uma figura do folclore inglês. Uma bruxa que vive nos rios e pântanos da Grã Bretanha escondida entre os musgos, à espera de vítimas para puxar para capturar e devorar dentro da água.
Tem a pele verde clara; cabelo negro escorrido; dedos longos e ossudos; unhas sujas e afiadas; e dentes afiados, podres e verdes. À primeira vista, seus cabelos parecem ser apenas um monte de ervas escuras amontoadas na água, mas depois aparecem dois olhos amarelos, como os de um sapo espreitando sua vítima.
Ela vai se aproximando lentamente. E quando chega próxima o suficiente coloca seus longos dedos ossudos para fora da água, agarram a vítima pelas pernas e a leva para dentro da água.
Há uma cantiga que diz:
“Venha para dentro d’água se banhar, querido
Venha nadar na piscina de redemoinhos
Abaixo nas profundezas com as pedras e os ossos
Você irá nadar comigo agora, seu tolo”
Seu nome varia conforme a região do país: em Lancashire é chamada de Jenny Greenteeth, em Cheshire e Shropshire de Ginny Greenteeth, Jeannie Greenteeth, Wicked Jenny, ou Peg O’Nell. Na Irlanda, há uma variação da lenda na qual a chamam de “Bean-Fionn”, que aparece como uma bela mulher vestida em um longo vestido branco, que ataca crianças e adultos imprudentes, os captura e afoga nas profundezas escuras dos lagos irlandeses.
Kitsune, a raposa de nove caudas
Kitsune é um tipo de raposa mágica, uma criatura da classe Momonoke (espíritos animais que se transformam em humanos). No Japão, sua imagem representa inteligência e sabedoria, mas muitas vezes são associadas a seres de maldição e às vezes também, sagrados.
Kitsunes são descritas como seres inteligentes e possuidoras de habilidades mágicas que aumentam com a sua idade e sabedoria. A cada 100 anos, recebem uma cauda, tornando-se mais poderosas, e quando atingem nove caudas (Kyuubi no Kitsune), tornam-se semi-deuses, atingindo a onisciência e quase a onipotência. Uma de suas principais habilidades é a capacidade para assumir a forma humana - normalmente aparecem na forma de uma mulher jovem e bonita ou uma velha.
Enquanto alguns contos falam sobre elas empregarem essa habilidade para enganar os outros, outras histórias costumam retratá-las como guardiãs fiéis, sendo amigas, amantes e esposas.
Outras habilidades creditadas a elas são: possessão, habilidade de cuspir fogo, aparecer em sonhos, criar ilusões e até mesmo dobrar o tempo e espaço ou enlouquecer uma pessoa.
Fontes:
Contos da Taberna
Portal dos Mitos