quarta-feira, 15 de julho de 2015

Tabela de Criação de Personagens do Adrianão

Nos últimos dias, o Adrianão postou no grupo do RPG uma tabela para criar personagens aleatoriamente, jogando dados (de 10 faces, de 20 faces, de 100 faces...) para decidir classe, profissão, habilidades, talentos, traumas, vícios etc.





Eu ajudei fazendo uma tabela anexa só de animais. Se a raça do personagem cair em centauro, por exemplo, porque ser metade homem, metade cavalo? Poderia ser metade homem, metade rinoceronte, por exemplo! Ou metade tricerátops! Ou dragão!!!

Eu fiz um personagem sorteando com a tabela e deu o seguinte:

Classe: Ladino
Raça: Shifter (uma espécia de homem-fera)
Profissão: Ferreiro
Background: Linhagem mágica, exposto a uma transformação
Traços: Oportunista, tem um inimigo mortal, tem contatos importantes.
Hábitos e Hobbies: adora contar histórias, jogar cartas/dados.
Skills: +4 em Enganar

Depois de ficar pensando por um tempo, escrevi uma história para ele.


Eu tinha 10 anos naquele dia fatídico. Éramos eu e mais quatro irmãos mais novos. E uma lembrança vaga de um irmão mais velho, que havia fugido de casa alguns anos antes.

Desde pequeno eu sempre fui criado para seguir a tradição da família trabalhando como ferreiro.

Meus pais sempre me contaram histórias de que uma maldição corria na nossa família. Todos condenados a viver sob a sombra de Shakasta, a deusa da noite e da morte.

Ao completar 10 anos de idade, eu entendi porque nossos animais sempre desapareciam e entendi que meu irmão não havia fugido de casa. Na noite do meu aniversário, meus pais me deixaram sozinho no quarto e pediram que eu esperasse. Acabei pegando no sono e quando acordei dei de cara com meu tio-avô, o sacerdote da família.

A sua eterna expressão séria e sombria sempre me deu medo, mas isso não era motivo para deixar de cumprimentá-lo. Mas quando fui me levantar, percebi que não estava mais na minha cama, e sim no chão, amarrado. Ao meu redor, o desenho de um símbolo mágico riscado no chão com carvão.

Por todo o quarto, velas azul escuras - indicando louvor a Shakasta - iluminavam o ambiente. Na minha frente, uma jaula com uma pantera negra olhando fixamente nos meus olhos. As cordas me mantinham completamente imóvel.

Eu não sei quanto tempo passou até que meu algoz começasse a falar.

- Ó poderosa Shakasta! Por favor, aceite este humilde sacrifício como prova de nossa devoção e como pedido de perdão pelos erros das gerações passadas!

Então ele puxou a trava da jaula.

- Que a escuridão devore esta alma inocente!!!

E abriu a porta da jaula.

Como um raio negro, o enorme vulto disparou em minha direção e tudo se apagou.

Eu acordei alguns dias depois em uma casa pequena e mal iluminada, com uma garota jogando água no meu rosto. Era Ayna.

Ela me explicou que eu cheguei boiando pelo rio e que estávamos na cidade de Ozask. E me perguntou o motivo da minha aparência. Foi quando olhei para minhas mãos e pés. Meu corpo estava transformado. Pelugem densa negra. Apenas quatro dedos com garras nas mãos e pés e uma longa cauda. Então peguei uma bandeja para olhar meu reflexo. Pêlos negros no rosto todo, nariz largo e achatado, orelhas pontudas, longos bigodes, pupilas fendidas e dentes afiados.

O ritual havia fundido os corpos meu e da pantera, me transformando em uma espécie de meio homem. Algo que, sinceramente, para um garoto de 10 anos, foi muito legal!


Ayna também era parte animal, mas com leão. Sendo os únicos meio-animais da cidade, sempre tivemos que viver nos becos junto com foras-da-lei e prostitutas, ganhando a vida com pequenos serviços que, digamos, não são muito apreciados pela família tradicional de Ozask.

Hoje, eu com 17 anos e Ayna com 20 somos respeitados por todo o submundo da cidade. E odeio todo tipo de extremismo religioso.

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