quarta-feira, 18 de agosto de 2010

O uso da continência



Em sociedades isoladas e sofrendo invasões bárbaras viviam os cavaleiros. Dedicados ao uso das armas e à proteção de propriedades, eles honravam seu senhor.
Para assinalar suas origens, os cavaleiros se identificavam através de símbolos, acessórios e gestos. À partir daí podemos atribuir uma origem às saudações militares. Na Idade Média, quando um cavaleiro passava por outro de mesma condição, costumava levantar o visor de seu elmo em sinal de respeito e amizade.
Ao longo da formação das monarquias nacionais, entre os fins da Idade Média e o início da Idade Moderna, essas saudações foram mantidas como meio de indicar a subordinação à hierarquia militar organizada no interior dos exércitos.

Nas fileiras do Exército Britânico, por voltas do século XIX, o soldado poderia executar a continência tocando seu chapéu com a ponta dos dedos ou retirando o mesmo da cabeça. Na década de 1890, durante a Era Vitoriana, o governo da Inglaterra decretou que a continência fosse realizada quando um subordinado estivesse portando algum tipo de boné ou chapéu.


Atualmente, a reverência militar deve ser feita em pé com a movimentação da mão direita até a cabeça. Rompendo as fronteiras da esfera militar, a continência hoje é também utilizada por facções terroristas e grupos paramilitares.

Adolf Hitler resolveu adaptar a continência clássica dirigida ao imperador Júlio César. O gesto consistia em erguer o braço direito a uma inclinação de 45º e dizer
“Ave, César”. No caso, a saudação sonora foi devidamente substituída pelo “Heil, Hitler”.

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