quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

A vida em uma produtora

Ahh, a vida em uma produtora tem seus altos e baixos. Tem aqueles dias em q vc vai, faz umas coisinhas q demoram 2 horas e pronto. Acabou a demanda pro dia. Pode ir embora. Isso acontece umas 3 vezes por ano, geralmente entre dezembro e janeiro.

E, claro, também tem aqueles dias em que vc vai, faz um montão de coisa no mesmo dia, fica duas horas a mais e não dá tempo de fazer tudo que precisava. Aí fica pro dia seguinte, em que, obviamente, vem com demandas novas. E é tudo pra ontem!

"Precisa gravar 18 DVDs pra amanhã de manhã. No fim da tarde vai chegar o material pra ser editado."


Isso acontece na minha função de assistente de edição e produção. Mas trabalhar como editor também não é nada fácil. Por exemplo, você precisa mostrar que a cidade que eles foram gravar é, de acordo com a narração, "uma cidade linda e agitada". Mas a única gravação dessa cidade é uma cabra cagando num terreno baldio.

Além disso são centenas de revisões, reedições, idéias que o diretor tem ao longo do desenvolvimento do programa ou do filme etc. E a versão final acaba tendo um nome como "EDIT MASTER FINAL versao 6 revisada valendo mesmo - 17 - essa aqui"

Mas apesar de tudo isso é uma vida divertida. Conheço pessoas novas e consigo contatos em todas as áreas. E fazendo programas de televisão e documentários, eu vejo todo o material bruto que é gravado e bicho... MUITA coisa é cortada. São horas, horas e mais horas de gravação. Então tem muita informação legal de coisas conversadas durante a gravação que não condizem com a proposta do filme ou da reportagem e acabam não entrando pro programa final.

Uma vez, quando eu ainda editava o Almanaque Brasil, me pediram pra encontrar uma gravação que era o Mario Sergio Cortella falando "Não percam no próximo programa do Almanaque Brasil a entrevista comigo". Na pasta das gravações dele só tinham 2 arquivos. Um era essa chamada e o outro era a entrevista. Eu comecei a assistir e não consegui mais parar. Pra quem não sabe, esse cara é um filósofo brasileiro, mestre e doutor em Educação pela PUC e professor-titular do Departamento de Teologia e Ciências da Religião e da pós-graduação em Educação. Acabei assistindo a entrevista inteira do cara de 45 minutos. E o que entrou no programa foram 3 minutos, pq era o tamanho q o bloco tinha que ter.


É um trabalho bem legal. Mas não sei se pra ser levado pra sempre. Eu queria pensar em algum emprego com plano de carreira, plano de saúde etc. Estou pensando em fazer algum curso de games e trabalhar na Ubisoft em Paris.

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